
The OA (2016)
Direção: Zal Batmanglij
Criadores: Brit Marling e Zal Batmanglij
Elenco: Brit Marling, Emory Cohen, Scott Wilson, Alice Krige, Jason Isaacs, Phylliss Smith, Patrick Gibson, Brandon Perea, Brendan Meyer, Sharon Van Etten, Ian Alexander, Vai Brill
Por Rafael Bernardes
Durante anos, quando uma série misteriosa estreava recebia automaticamente o título de “filha de Lost”, como se fosse um tipo de sucessora, que poderia passar sensações semelhantes ao espectador. Diversas séries foram intituladas, como Heroes, The Leftovers e mais recentemente Westworld. A última citada estava sendo a favorita, possui diversos mistérios, obteve uma grande primeira temporada, mas no final de 2016 surge The OA.
A produção é Original Netflix, criada por Brit Marling e Zal Batmanglij conhecidos por produções independentes um tanto alternativas. A história misteriosa conta os acontecimentos de sete anos em que Prairie (Brit Marling) ficou desaparecida. A personagem principal após ser filmada se jogando de uma ponte, foi encontrada por seus pais no hospital. A grande surpresa inicial fica por conta da revelação de ela ser cega e agora estar enxergando. Praire possui dificuldade em compartilhar sua história com o mundo, então consegue atrair cinco jovens interessados em saber o que aconteceu durante todos esses anos. O agressivo e problemático Steve (Patrick Gibson), o maconheiro Jesse (Brendan Meyer), o atleta esforçado French (Brandon Perea), o transexual Buck (Ian Alexander) e a professora solitária Betty (Phyllis Smith). Pessoas completamente diferentes, que começam a se aproximar por conta de Praire.
A trama é dividida em duas linhas temporais: passado e presente. No presente os jovens são o telespectador representado, escutam a história da protagonista, mas ao mesmo tempo são bem desenvolvidos, criando grande empatia com o público. O passado é narrado e mostrado por Prairie, contando sua história que começa desde quando é criança e se desenrola até seu sumiço. O ritmo da série é bom, mesmo possuindo alguns problemas durante a temporada. O suspense e os mistérios seguram o espectador e a bela fotografia encanta durante a experiência.
Ao decorrer da trama, inúmeras bizarrices acontecem, levantando diversos questionamentos e uma angústia, uma espera por respostas. Todos os personagens principais possuem relevância, tanto no passado quanto no presente. A direção é simples e bem executada, o grande problema da série são os furos de roteiro. Muitas coisas acontecem e depois são esquecidas sem que uma explicação seja dada. Esse problema é muito semelhante com o que ocorria em Lost.
A ânsia por uma conclusão é o que move a trama, com uma história criativa e diferente. O gênero da série não está bem definido quando a assistimos. Algumas vezes pode ser considerada como suspense, em outras, ficção e em determinado momento pode ser considerada fantasia. Ao final, conclusões precipitadas são inexistentes, a reflexão pode ser longa e não conseguimos ter certeza de muitas coisas. A série levanta diversas teorias após seu término e cria-se grande expectativa para uma possível segunda temporada. Mesmo com alguns problemas de ritmo e furos de roteiro, as atuações seguidas por uma história atraente e uma belíssima fotografia creditam The OA como uma das melhores séries de 2016.
Nota: 8,5/10
bodenasala
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