
Sense8 – 2ª temporada
Ano: 2017
Criadores: Lana Wachowski, J. Michael Straczynski
Elenco: Jamie Clayton, Max Riemelt, Toby Onwumere, Doona Bae, Tuppence Middleton, Miguel Ángel Silvestre, Tina Desai, Brian J. Smith, Freema Agyeman, Naveen Andrews
Quando estreou em 2015, Sense8 foi um hit mundial que ganhou as massas com seus momentos inusitados envolvendo o cluster protagonista e os temas tratados na série. Apesar do sucesso, a série recebeu grandes críticas negativas relacionadas às sequências de experiências que tomavam o tempo que deveria ser direcionado ao desenvolvimento da trama. Com a 2ª temporada (que chega quase 2 anos depois da 1ª, um longo intervalo), isso é devidamente corrigido.
Se a primeira temporada tinha uma trama pouco desenvolvida, a segunda tem desenvolvimento até demais, fazendo com que a série, guardadas as devidas proporções, tenha uma identidade diferente. Com um acréscimo de muitos personagens secundários, a série se enriquece e ganha uma construção de universo bastante interessante, incluindo novos clusters e novas habilidades.
Em relação a 1ª temporada, esta economiza nos momentos de experiências e emocionais; não há, por exemplo, uma sequência tão marcante quanto a de “What’s Up” (apesar de a música novamente aparecer), mas há momentos que são inesquecíveis, como os discursos de Lito e Capheus.
Falando em Capheus, precisamos falar de Toby Onwumere. O ator substituto de Capheus é muito melhor que Aml Ameen. Na primeira temporada, era perceptível como Ameen não tinha uma boa química com os outros 7 protagonistas. Além de Onwumere ter um rosto mais africano, é interessante como o ator não possuía um trabalho relevante até ser contratado para a série, e a sua dedicação para o papel é refletida na seu plot, que toma proporções inesperadas quando se compara ao personagem da 1ª temporada.
Se a trama de Capheus surpreende positivamente, a de Sun (Doona Bae) já era esperada, mas a satisfação do fã e do espectador é garantida, já que seu plot é, de longe, o melhor da série toda. Fãs de Prison Break podem ficar bastante satisfeitos com as ações da personagem, que teve uma boa participação na temporada anterior, mas bastante pequena se comparada ao resto dos protagonistas. Sun tem ódio do irmão por tudo o que fez com ela e seu pai, e vai atrás de vingança, não se importando com nada que estiver em seu caminho. Parece um daqueles filmes de ação dos anos 80 e 90, mas é incrível como o roteiro é perfeitamente encaixado.
Os novos personagens também encantam, seja pela suas características ou pela construção que o roteiro lhes dá. Lila Fachinni (Valeria Bilello) e Puck (Kick Gurry) roubam a cena em todas as vezes que aparecem, principalmente Lila, que, entre os novos personagens, é a que tem o melhor desenvolvimento de roteiro.
Mas nem tudo são flores. Contei pelo menos 3 deus ex machina só nos episódios finais, e alguns furos de roteiro chegam a incomodar. Um problema que já era motivo crítica na 1ª temporada permanece, que é o roteiro cheio de diálogos expositivos. Algumas atuações continuam sofríveis e o vilão continua sem uma motivação para fazer o que faz. Porém, o saldo ainda é positivo.
Sense8 expandiu seu universo, apresentou ótimos personagens e teve significativas melhoras nas tramas de seus protagonistas, apesar de continuar com alguns defeitos. Mas a série continua cativando seu espectador com a excelente química entre os 8 protagonistas e fazendo com que nos importemos com eles.
Nota: 07/10
João Vitor Hudson
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