
Selecionamos alguns longas que tem por intuito a vontade de fazer o público pensar e refletir. Seja sobre algum determinado assunto ou um conjunto deles, ou sobre a própria produção e os mistérios que ela carrega. Se trata de uma lista recheada de ótimas obras que valem a pena ser vistas com calma. Confira a lista com cinco das melhores opções disponíveis na Netflix:
- O Cidadão Ilustre (2016), por André Bozzetti
O Cidadão Ilustre talvez seja o melhor filme dos nossos hermanos desde O Segredo dos Seus Olhos. A trama gira em torno de Daniel Mantovani (Oscar Martínez), um escritor que há quase quarenta anos abandonou a pequena Salas, um vilarejo no interior da Argentina e, após décadas de sucesso, conquista o Prêmio Nobel de Literatura. Anos depois, morando em Barcelona, Mantovani recebe uma carta vinda de sua terra natal convidando-o para os festejos de aniversário da cidade, homenagens e algumas atividades culturais. Mantovani aceita o convite e, ao retornar, o escritor se vê em meio a uma jornada de descobertas sobre sua obra ao ser interpelado e forçado a perceber que enxerga a literatura e suas motivações de maneira diferente do que décadas atrás. Engraçado, tocante, fantástico.
- Aniquilação (2018), por Diego Francisco
Aniquilação acompanha Lena (Natalie Portman), uma bióloga com histórico militar que parte em uma missão para o Brilho, última expedição do seu marido, Kane (Oscar Isaac), antes de desaparecer. O tal Brilho trata-se de um campo eletromagnético em expansão de origem desconhecida, que tomou um território pouco habitado dos Estados Unidos e o governo se preocupa com a natureza do fenômeno e as implicações que ele pode causar. O mistério envolvendo o Brilho é bem construído e conforme vamos nos familiarizando com o que realmente está acontecendo com o ambiente, o filme continua jogando mais surpresas para manter o espectador com a atenção não dividida. Aniquilação não suaviza suas cenas mais intensas e não hesita em compor as sequências mais desconcertantes e bizarras do cinema na memória recente; a cena do ataque do urso e o clímax precederão o longa por anos. O longa aborda diversos temas complexos e de grande importância e isso faz com que o espectador pense nele durante um bom tempo.
- Noite de Lobos (2018), por Rafael Bernardes
Em uma pequena e fria cidade, o filho de Sloane (Riley Keough) é supostamente devorado por lobos. Por conta disso, ela decide contratar um escritor especialista nesses animais para localizar qual deles teria feito isso e eliminá-lo, tanto por “vingança”, quanto por precaução, para que ele não faça isso a mais nenhuma criança. A premissa é simples e o filme a entrega logo de cara, mas ao decorrer da história, diversas camadas vão sendo inseridas e mais mistérios são colocados em tela. A produção não pretende revelar nada e todas as respostas ficam subentendidas, fazendo com que o público quebre a cabeça para realmente conseguir entender o que está acontecendo. Ao contrário dos filmes acima, Noite de Lobos faz com que pensemos sobre ele e não tanto sobre assuntos que são abordados.
- Ame-me! (2014), por Rafael Bernardes
Ah, o amor! Tão complexo e delicioso de se sentir, é um sentimento que por muitas vezes não é fácil de ser entendido. Ame-me conta a história de uma jovem aparentemente destemida, autoconfiante e cheia de si, mas que, internamente, nutre o desejo de ser amada. Ela acaba tendo isso como obsessão e força esse sentimento nas outras pessoas durante seus relacionamentos. Sejam eles amorosos ou fraternais, ela parece nunca se contentar e não ter paciência para que as coisas aconteçam com naturalidade. Esse filme fala sobre sentimentos de uma forma tão delicada e forte ao mesmo tempo, fazendo com que pensemos sobre como nos relacionamos e como acabamos impondo as nossas vontades e sendo até egoístas em diversos momentos. Acaba sendo uma dura e bonita reflexão sobre o amor de diversas formas.
- Dançando em Silêncio (2016), por Rafael Bernardes
Dançando em Silêncio é um daqueles filmes que só a sinopse já é o bastante para deixar as pessoas arrepiadas. O longa conta a história de Luca (Martina Schöne-Radunski), uma jovem que passou toda a sua vida lutando contra a depressão. Agora, ela consegue forças para superar a doença e está tentando terminar o ensino médio. Ela tem em Mata, seu cachorro, a sua maior amizade e o animal a ajuda todos os dias a ser mais feliz. Porém, a menina faz um acordo com um colega de classe para passar no exame de matemática e eles se tornam grandes amigos. A produção fala sobre depressão de uma forma crua, mas delicada ao mesmo tempo, desenvolvendo muito bem a personagem principal. Quando acaba, ficamos pensativos sobre nossas próprias vidas e o sentido delas, questionando nosso atos e escolhas, mas de uma forma positiva e construtiva.
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