
Operação Overlord (Overlord)
Ano: 2018
Direção: Julius Avery
Roteiro: Billy Ray e Mark L. Smith
Elenco: Jovan Adepo, Wyatt Russell, Pilou Asbæk, Mathilde Ollivier, John Magaro, Iain De Caestecker, Jacob Anderson, Bokeem Woodbine
Em todo ano, há pelo menos um filme sobre a Segunda Guerra Mundial com uma produção de alto nível, contando mais uma de tantas histórias que ocorreram durante aqueles anos. Porém, se não for explorado de forma criativa, o tema pode se desgastar. Indo de encontro a essa lógica, Operação Overlord nos apresenta um “terror de guerra”, com elementos dos gêneros horror e suspense, além da ação característica.
A trama gira em torno de um batalhão que está prestes a descer em um campo de batalha na França, mas é emboscado pelo exército alemão. Sem querer, um dos soldados acaba encontrando um laboratório subterrâneo na principal base inimiga da região. Lá, ele percebe que estudos e modificações estavam sendo feitas nos moradores do local. A premissa é semelhante à de alguns jogos de guerra com a temática sobrenatural, mas aqui a fantasia é apoiada na ciência.
A maioria dos personagens são caricatos e baseados em estereótipos: o soldado bondoso, o piadista, o medroso e o destemido. Eles não são muito desenvolvidos, mas essa nem é a intenção do longa. O proposto é mostrar ao público ótimas cenas de ação, junto com uma história interessante, causando tensão e medo. O objetivo é alcançado. Mesmo com muitos jumpscares, praticamente todos são bem aplicados, mesmo que sejam previsíveis.
A inserção do suspense é muito bem feita, colocando uma tensão muito forte, juntamente com um ritmo frenético, que não deixa o espectador respirar. Não temos tempo para muitos diálogos, pois a história é curta e direta. O roteiro deixa claro o que é mais importante nessa obra e o espectador consegue ser preparado para isso durante a projeção.
A direção de Julius Avery é precisa, inventiva e muito bem executada. Logo no início, já há um plano longo acompanhando a queda de um soldado de um avião. Parece que estamos caindo junto com ele, pois a câmera o segue, realizando giros e acrobacias que parecem involuntárias. A cena é muito impactante e bem realizada, que fica na memória pelo resto do filme. Além disso, o cineasta aposta em planos-sequência em cenas de fuga e não abusa dos cortes nos momentos de ação e durante tiroteios. A câmera expositiva está presente durante toda a obra, não deixando de mostrar nada. Cada tiro, cada soco, tudo é explicitado para o público, sem ser gratuito.
Jovan Adepo interpreta Boyce, o personagem principal que aparenta ser unidimensional, mas que, ao decorrer da produção, é posto à prova e consegue ter um pouco de desenvolvimento. O ator está bem no papel, mas não se destaca. Wyatt Russell vive Ford, o soldado mais experiente e que acaba se tornando o líder da equipe. Esse é o personagem mais unidimensional, mas a atuação de Russell está segura. O destaque é John Magaro, dando vida a um personagem muito secundário, mas que por conta de sua atuação faz com que nos importemos com ele. Além disso, traz um alívio cômico na medida certa.
O longa acaba derrapando em clichês tanto do gênero terror, quanto de guerra. Os vilões não são bem desenvolvidos e todos são muito caricatos. Alguns nem nome possuem. Porém, os principais problemas aparecem próximo ao desfecho da produção, com diálogos mal desenvolvidos e algumas frases de efeito, também insistindo em forçar um par romântico só por conta da bondade de um dos personagens. Porém, isso não estraga nem um pouco os méritos que o filme possui, conseguindo divertir, causar tensão e amedrontar ao mesmo tempo, com uma trama simples e ao mesmo tempo inventiva, dando um respiro ao gênero já desgastado.
Nota do crítico:
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